OCASO – por Roberto Pompeo – 17/01/2012 – Natal
Às vezes pensamos que temos que exaurir
as coisas, vivê-las até a última gota, pois um pensamento ou um forte
sentimento nos compele. Insistimos, lutamos, botamos os pés pelas mãos, acreditamos,
esperamos... por um olhar, uma palavra, um gesto, um sinal, que não vêm.
Então percebemos, sentidos, contrariados
até, que muitas coisas não foram feitas para ser exauridas. Que o sentimento
não basta onde falta vontade, reciprocidade, pois esse sentimento parecerá
patético para quem dele não compartilha. Os ocasos da vida nem sempre são
multicoloridos como os da natureza.
Fiquemos, pois, com a natureza, que nos
apresenta continuamente obras de arte, de som, imagem, cheiros, sabores. A
natureza é verdadeira, é sempre diferente em sua repetição, sempre
surpreendente em sua previsibilidade.
Hoje pela manhã o cheiro de goiaba
trouxe memórias do que nunca vivi, o fundo do mar à tarde mostrou a vida
presente em sua aridez e a brisa tépida da noite e o barulho do mar quebrando
na areia foram o acalanto do porvir de um mundo de belas palavras, ditas e
escritas, lidas e ouvidas. Uma ótima noite a todos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário