terça-feira, 9 de outubro de 2012

ESPERA – Roberto Pompeo - 09/10/2012


E assim passamos a vida, a esperar...
às vezes com esperança, às vezes com parcimônia,
às vezes com letárgica indiferença.
Esperamos pelo futuro, real ou imaginado,
que de inopino e sem que percebamos se torna passado.
Do passado, esperamos que retorne, ou que seja esquecido...
Esperamos por quem somos, por quem fomos,
por quem gostaríamos de ser.
Das pessoas, esperamos que sejam um pouco diferentes do que são,
o que jamais acontece.
Da vida, esperamos uma doçura escondida.
E assim passamos a vida, a esperar...
pelo ônibus, pelo bonde, pelo trem noturno que nunca chega,
pois naquela estação não param trens noturnos.
Do trem, esperamos que nos leve para bem longe,
onde possamos esperar mais um pouco.
Esperamos que as janelas azuis se tornem vermelhas.
Esperamos que as esperanças se tornem realidade,
Que a realidade se torne fantástica,
Que a fantasia termine em festa,
E que a festa seja a vida.
E assim, entre esperas e esperanças,
Passamos a vida a esperar...