Postei no meu facebook uma música de Tom Jobim intitulada “Felicidade”
mas que fala de tristeza e um texto de minha autoria que não sei exatamente de
que fala mas é realmente muito triste.
Os comentários vieram e dois me chamaram a atenção. Um
dizendo que aquele texto é muito triste para época de Carnaval. E outro dizendo
que a palavra “tristeza” tem aparecido muito no meu perfil.
É bom dizer que nem sempre o que escrevemos ou postamos
reflete nosso estado de espírito, mas ao reler o texto e "reouvir" a música,
pensando em retirá-los da publicação, percebi que ambos são muito belos, apesar
de tristes.
E percebi o quanto a tristeza também pode ser, e é,
importante para o ser humano, pois ela é capaz de inspirar uma beleza profunda,
dolorida, que atinge o âmago, a alma das pessoas. Quantas obras de arte, de
todas as naturezas, não foram inspiradas pela dor causada pela tristeza no
coração dos artistas, músicos, escritores, pintores, escultores, fotógrafos, dentre
outros!
A tristeza leva o ser humano a se mover, a buscar, a
transcender, pois ninguém quer ser triste, todos buscamos a felicidade. A
natureza da alma humana, temporariamente enclausurada numa existência terrena,
é triste exatamente por essa condição. E por isso se move para o eterno.
O mesmo se passa nesse breve hiato que é a existência.
Dentro dela nos movemos para escapar da tristeza e buscar a felicidade, que, na
nossa natureza dual, só pode ser compreendida por oposição, isto é, em contraponto com a tristeza. Daí a importância desta.
O grande cuidado que devemos tomar, entretanto, é não torná-la
uma condição permanente, uma razão de inércia depressiva, pois neste caso estaríamos
a negar seu propósito ultérrimo: mover-nos em direção à felicidade!
Um grande viva à tristeza passageira!
E que ela nos leve, passageiros, à nossa natureza permanente!
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