quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

CRÔNICAS FACEBOOKIANAS TRISTEZA E BELEZA – por Roberto Pompeo – 23/02/2012 – Curitiba


Postei no meu facebook uma música de Tom Jobim intitulada “Felicidade” mas que fala de tristeza e um texto de minha autoria que não sei exatamente de que fala mas é realmente muito triste.
Os comentários vieram e dois me chamaram a atenção. Um dizendo que aquele texto é muito triste para época de Carnaval. E outro dizendo que a palavra “tristeza” tem aparecido muito no meu perfil.
É bom dizer que nem sempre o que escrevemos ou postamos reflete nosso estado de espírito, mas ao reler o texto e "reouvir" a música, pensando em retirá-los da publicação, percebi que ambos são muito belos, apesar de tristes.
E percebi o quanto a tristeza também pode ser, e é, importante para o ser humano, pois ela é capaz de inspirar uma beleza profunda, dolorida, que atinge o âmago, a alma das pessoas. Quantas obras de arte, de todas as naturezas, não foram inspiradas pela dor causada pela tristeza no coração dos artistas, músicos, escritores, pintores, escultores, fotógrafos, dentre outros!
A tristeza leva o ser humano a se mover, a buscar, a transcender, pois ninguém quer ser triste, todos buscamos a felicidade. A natureza da alma humana, temporariamente enclausurada numa existência terrena, é triste exatamente por essa condição. E por isso se move para o eterno.
O mesmo se passa nesse breve hiato que é a existência. Dentro dela nos movemos para escapar da tristeza e buscar a felicidade, que, na nossa natureza dual, só pode ser compreendida por oposição, isto é, em contraponto com a tristeza. Daí a importância desta.
O grande cuidado que devemos tomar, entretanto, é não torná-la uma condição permanente, uma razão de inércia depressiva, pois neste caso estaríamos a negar seu propósito ultérrimo: mover-nos em direção à felicidade!
Um grande viva à tristeza passageira!
E que ela nos leve, passageiros, à nossa natureza permanente!

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