sábado, 25 de fevereiro de 2012

AMOR – revisitado por Roberto Pompeo


Uma foto mais antiga que o encontro
em que os dois estavam juntos, sem saber,
num lugar distante no mundo.

Um café tímido, quase sem jeito,
em que os dois se tocam ligeiramente, talvez involuntariamente,
as mãos sobre a mesa.

Uma identidade de almas
inexplicável quase pelas razões do corpo,
um beijo em pensamento,
um olhar cheio de expectativas
que não supõe os lugares, as paisagens, os cheiros, que virão.
Uma taça de vinho,
uma dança excêntrica,
um sorriso de menina.

Um abrir de olhos.
Encontros, desencontros,
Um caminho longo, difícil.
Um sorriso cúmplice,
um beijo de crianças,
mãos que tocam voluntariamente os cabelos grisalhos,
um olhar cheio de memórias de lugares, paisagens, cheiros.
Um fechar de olhos tímido.

Um amor de almas mais antigo do que o mundo.
Talvez demasiado grande
para os pobres corpos que o tentam viver agora...

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