quinta-feira, 17 de abril de 2014

RÉQUIEM – Roberto Pompeo – 17/04/2014

Naquela manhã cruel de outono
Por entre a névoa espessa
Seus pés castigavam folhas secas sobre a grama úmida
Errava absurdo entre dois mundos
Julgando os céus pela vida roubada
Condenando a terra pela alma partida...

Com a alma partida pelo vento de outono
Que levantava lentamente a cortina de névoa
Desvelando os contornos de árvores desconcertantemente nuas
Via as folhas secas ganhar vida numa inexplicável dança de roda

O portal entre os dois mundos novamente se fechava
Aprisionando os humanos em seu cárcere de sombras
A cumprir pena de duração desconhecida
Prolatada por Juiz de autoridade absoluta

A alma alada seguiu seu voo certeiro rumo ao infinito
Libertada
Enquanto o sol dotava de aparente realidade o cenário de mais um dia
Diferente dos demais pela única razão plausível neste mundo:

No jardim nascia uma Rosa...

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